segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Demon's Souls!

Demon's Souls!

Demon's Souls é um dos melhores jogos que já joguei, ponto. Esse é o modo correto de começar essa resenha, sem rodeios ou comentário jocosos.

Para quem não conhece, é um jogo do playstation 3 (ps3), basicamente em que se cria um personagem à la Dungeons & Dragons e pronto - se é jogado em um mundo "medieval" sombrio e sem muitas esperanças.

Na verdade, a comparação ao D&D deve ser restrita ao fato de encontrarmos cavernas e dragões. Se pensarmos em termos de sistemas de rpg, Demon's Souls se parece mais com Gurps, aquele sistema que foi relativamente bem sucedido no Brasil, nos anos 90.


Vejamos: no começo do jogo, o jogador escolhe uma classe pré-definida, com atributos e equipamentos próprios. A partir daí, o jogador tem liberdade total para tranformar, por exemplo, seu Thief (ladrão) em um mago que sabe lançar magias clericais e luta com uma espada em chamas!


Claro, a personagem não será tão poderosa na luta corpo-a-corpo quanto um guerreiro, não será tão boa na magia de cura como os clérigo etc... Mas o jogo dá liberdade para escolher a evolução da personagem e, dependendo da habilidade do jogador, um guerreiro puro se sairá pior do que nossa maga-clériga-guerreira-ladra!

O sistema de jogo de DS, sua regra e jogabilidade, foi construído em cima de um fator básico: desafio.

O desafio, aliado à dificuldade e à ambientação opressora e de desesperança geram, por sua vez, recompensa, diversão e o sentimento de realização (quando, depois de duas horas tentando, consegue-se passar a uma área nova, bradando "consegui! CONSEGUI! TOMA DESGRAÇADO!")


 A ambientação do jogo é fabulosa, o jogo se destaca justamente pelo domínio do silêncio na hora certa. Ao invés de explicações mirabulosas e extensas sobre o que está acontecendo, os npcs soltam comentários ora sarcásticos, ora soturnos e, por que não?, ora engraçados. Claro, sempre paira um ar de desesperança, como se tudo fosse dar errado...

Outra coisa que se destaca, ainda na parte da ambientação, é a iluminação. A escuridão nesse jogo faz parte importante na insegurança! Pode-se dizer que a escuridão foi cruelmente plantada!

O desafio do jogo não é absurdo. Não é, o que dizemos em termos científicos, "roubo do computador". As regras do jogo, por assim dizer, valem do mesmo modo para o jogador e para os monstros, não há favorecimentos. Apenas os cálculos de um mestre imparcial.

Não ser um absurdo não significa ser fácil. Pelo contrário, em certos momentos o jogo esmaga a personagem, pisa em cima e faz a pergunta velada "você consegue passar por aqui?" Nesse momento o jogador se vê pensando se vale a pena tentar de novo ou se é melhor aprimorar a personagem (por outro caminho) e somente depois voltar. Viciante.

Depois que zerei o jogo me senti compelido a continuar jogando, tal como acontecia com os joguinhos do Atari! É o que o pessoal chama de oldschool! Velha-guarda total!


Duas dicas: se ainda não jogou, ponha-o em sua lista de jogos, mesmo que seja para jogá-lo apenas quando sair emulação de ps3! E, quando for jogá-lo, evite a tentação de ler detonados, faqs e afins. Pelo menos na primeira jogada, descubra as coisas do modo mais difícil, a experiência é única!

Um comentário:

  1. Joguei muito esse jogo, mas achei muitos pontos fracos, texturas pobres, ia ruim, extremamente repetitivo! Faltou polir um pouco!

    ResponderExcluir